sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Maluca


“Num dia triste de chuva...”
Tão borocochô...
 Uma culpa que não me cabia; culpa do suicídio alheio, culpa da fome alheia, culpa da puta que pariu!
“... foi minha irmã quem me chamou pra ver
Era um caminhão, era um caminhão
Carregado de botão de rosas
Eu fiquei maluca
Por flor tenho loucura...”
Ai Deus,
Como pode ter saído da mesma personificação os ratos e as flores?
É mesmo paradoxal!
É, é mesmo!
Um não pertencimento irritante! 
Me leva de volta pra casa?  Pro meu planeta de origem, quero encontrar aqueles que nunca me abandonam...
Isso aqui tá um saco estourado, não cabe eu nessa porra!
Deveria aprender algo no pico montanha, a fazer meu próprio caldo.
“... saí  
E quando voltei molhada
Com mais de dúzias de botão
Botei botão na sala
Na mesa, na TV, no sofá
Na cama, no quarto, no chão
Na penteadeira, na cozinha, na geladeira
Na varanda e na janela
Era grande o barulho da chuva...”
Era tanta flor, tanta flor...
De encher os olhos!
O problema era o cheiro... Muito perfume dá enjôo...
Taí o real problema, nada contenta!
Uma palhaçada sem fim!
Se é rato demais dá enjôo, se é flor demais também!
“... A chuva
Eu fiquei maluca
Eu fiquei maluca
Da chuva
Eu fiquei maluca
Eu fiquei maluca.”
Só então me lembrei que sou filha única.


Nenhum comentário:

Postar um comentário